Ontem, no trânsito.

Pois que ia eu muito sossegadita na minha vidinha quando me deparo com um entroncamento. Olho para a esquerda, olho para a direita. Parei porque vinha um carro da esquerda. Voltei a olhar e arranquei. Assim que me preparo para meter a 2ª, levo com os máximos de um carro que parecia ter saído do inferno... Pensei cá pra comigo "mas de onde é que este saiu?... Nem o vi!". Normal. A senhora (sim era uma senhora) não tinha ligado as luzes. Afinal eu não estava cega... ela é que... pronto... não se lembrou. Acontece.
Mas mau, mau foi ter-me dado com os máximos 16 vezes e depois ainda parou ao meu lado a descompor-me. Respondi-lhe muito educadamente que não a tinha visto. E ela logo muito despachada atira: "deves ser cega!" . Pronto. Passei-me. Respondi-lhe que se ela tivesse os faróis acessos talvez facilitasse a coisa. Talvez, não sei. Bom, a mulher engoliu em seco, desfez-se em desculpas e tal... ora eu senti que, como já tinha a faca e o queijo na mão, lhe podia dizer mais uma ou outra. E foi o que fiz. E soube-me tãooooo bem.
Sou tão mázinhaaaaaaaaaa!!!

Visinhos

Há uns tempos, a minha vizinha do lado tentou suicidar-se e atirou-se da janela. Ora, estando nós num 2ª andar... a coisa não se deu e ainda bem. Partiu a bacia, amolgou um carro, vieram 5 carros da polícia o que dá 10 bófias, 1 ambulância e 1 carro do INEM com 2 médicos. Parecia um filme portanto.
Bom, isto é apenas a introdução.
Ontem, estava eu a arranjar legumes para a sopa, tocaram-me à campaínha. Fui ver: era a suicida. Não, não me pediu nenhuma faca, nem uma corda... pediu-me pasta de dentes. Há dia e meio que não lavava os dentes. A filha foi de férias e levou a que tinham lá em casa, esquecendo-se que a mãe está sem se poder mexer devido às tendências (suicidas). Ora eu, como boa vizinha que sou, cedi-lhe a pasta.
Depois fiquei a pensar (coisa rara, mas de vez em quando lá calha): Costuma-se dizer que as pessoas que tencionam cometer suicídio, tomam banho e limpam-se a fundo antes de se atirarem de uma ponte, de ligarem o gás ou de darem um tiro nos miolos... M-E-D-O!

Até agora tudo calmo. Parece que não foi desta. E ainda bem, que eu não tenho jeito nenhum para cumplice destas coisas.

Como já há muito tempo que não escrevia aqui, hoje tou doida:

Já tenho uma Bimby, amo, amo, amo!
Já tenho uma Nespresso, amo, amo, amo! (Só tem um defeito: não vem com o Clooney...)

Avó O.

Morreu a minha avó O..
Não, nunca foi a minha preferida, longe disso.
Não, nunca me mimou, nunca me beijou... nunca me acariciou.
Nunca me mudou a fralda. Nunca quis ser minha avó.
Apesar de tudo, custou-me. Muito mais do que algum dia imaginei.
Custou-me muito ver o meu tio L., desesparado, a gritar ao lado dela, pela última vez.
Foi o que mais me custou. Isso e não ter ido abraçá-lo e consolá-lo.
A vida empurra-nos para estas situações. E nós deixamo-nos ir.
Pela única vez em toda a minha vida, tive pena de não o ter abraçado.

Ai ai!!!

Gosto de ti! Quero-te tanto! Amo-te muito!

'Cá beijufa!!!