quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Avó O.

Morreu a minha avó O..
Não, nunca foi a minha preferida, longe disso.
Não, nunca me mimou, nunca me beijou... nunca me acariciou.
Nunca me mudou a fralda. Nunca quis ser minha avó.
Apesar de tudo, custou-me. Muito mais do que algum dia imaginei.
Custou-me muito ver o meu tio L., desesparado, a gritar ao lado dela, pela última vez.
Foi o que mais me custou. Isso e não ter ido abraçá-lo e consolá-lo.
A vida empurra-nos para estas situações. E nós deixamo-nos ir.
Pela única vez em toda a minha vida, tive pena de não o ter abraçado.

Sem comentários:

Enviar um comentário